Nesse imenso mundo em que vivemos, há uma enorme variedade de tradições e culturas. Muitas delas, já conhecidas por nós e outras nem tanto, por se tratarem de povos e tribos que vivem, sem contato com o mundo exterior. Com todas as suas particularidades, nos encantam com suas crenças e costumes, passados de geração em geração. Conheça nessa matéria, um pouco mais sobre alguns desses povos: as mulheres-girafa, os nenets, os surmas e os ciganos.
MULHERES-GIRAFA
Originárias de Myanmar, antiga Birmânia, e famosas por usarem aros de bronze ao redor de seus pescoços, parte deste grupo imigrou para o norte da Tailândia, e acreditam que essa tradição secular, que começa bem cedo, é um sinal de beleza. Colocam o primeiro aro aos 5 anos de idade, podendo usar, no máximo, até 25 aros ao longo da vida. Devido ao peso, as argolas esmagam seus ombros fazendo com que as costelas sejam pressionadas para baixo, dando a impressão do pescoço ter sido alongado. Algumas mulheres chegam a usar os anéis, também nos braços e pernas, porém, a geração mais nova, está mudando e se recusando a esta tradição. Mas há mulheres que continuam usando as argolas com o objetivo de manter vivo o patrimônio cultural de seu povo ou da questão econômica para sobrevivência, devido ao alto movimento de turistas que chegam até lá só para conhecê-las, e acabam comprando seus artesanatos.
As mulheres-girafa vivem em uma espécie de assentamento, em pequenas casas de madeira, ou de palha e bambu e para visitá-las, é preciso pagar uma taxa para ter acesso à vila onde vivem.
NENETS
Vivem na Península de Yamal, na Sibéria. Na língua “nenet”, Yamal quer dizer: aonde o mundo termina. Assim como seus ancestrais, usam trenós puxados por renas. Se vestem e constroem tendas com peles de animais. Tem muito respeito pela terra e a religião predominante é o xamanismo. Suas famílias são grandes, e têm de três a seis crianças cada, que ao invés de pré-escolas, aprendem tudo com seus pais. Somente aos sete anos, são levados aos internatos dos assentamentos mais próximos. O sistema para educação dessas crianças foi criado em 1930 e continua até hoje. Educadas, as crianças têm direito de escolher: viver na tundra (planície ártica) ou nas cidades. Estima-se que há cerca de 40.000 nenets vivendo na Rússia.
A vida cotidiana dos nenets consiste em pastorear renas, cortar lenha na floresta, coletar gelo para se transformar em água, cozinhar, cuidar das crianças, costurar roupas e cobertores (de pele de renas) e juntar musgo para “papel higiênico”.Os nenets se movem sazonalmente com suas renas, viajando por antigas rotas de migração. Durante o inverno, quando as temperaturas podem chegar a -50°C, levam suas renas para os pastos das florestas do sul.
SURMAS
Ocupando uma área remota no sudoeste da Etiópia, a tribo dos surmas vive do pastoreio de grandes rebanhos de gado, no vale do Omo. Enfeitam-se no dia a dia, com espetaculares penteados e pinturas com pigmentos naturais. Esses pigmentos, misturados com cinzas e urina de gado, tem uma segunda função: repelente. Eles pintam o corpo duas ou três vezes ao dia. As escarificações e mutilações, são sinais de força e de valor. E falando em força, quando termina a colheita, os jovens surmas competem em lutas bastantes violentas. Utilizando varas de madeira instrumento de luta, na verdade um bastão de 2 metros. A luta é conhecida pelo nome de “donga”, que também é o nome deste instrumento de madeira e com este, demonstram masculinidade, resolvem problemas pessoais, e também conquistam esposas, que torcem para serem escolhidas pelo campeão.
Antes das lutas, há um primeiro ritual: a refeição de sangue, que consiste em beber cerca de dois litros de sangue fresco de vaca, tirados na hora da garganta do animal. O guerreiro tem que beber de uma só vez! Após o ritual, os homens tomam um banho de rio e se cobrem com pinturas corporais e a luta começa. Caso algum guerreiro morra durante a luta, suas famílias são indenizadas com 20 vacas ou com uma menina da família do oponente.
Ao final da luta o campeão adquire o direito de escolher sua companheira com uma outra sequência de rituais.
CIGANOS
A origem desse povo continua envolta em mistério, e a razão é simples: faltam documentos. Os ciganos respeitam a sabedoria dos mais velhos e defendem seus costumes e tradições para que não sejam esquecidos pela próxima geração, mas fazem isso oralmente. A dificuldade em se fixar, o conceito quase inexistente de propriedade e a forma com que lidam com a morte — eliminando todos os pertences do falecido — dificultam ainda mais o trabalho aprofundado de pesquisa. Alguns especialistas acreditam que eles surgiram na Índia, outros, onde hoje é o Iraque. Calcula-se que existam atualmente, de 2 a 5 milhões de ciganos no mundo, concentrados principalmente na Europa Central. Durante andanças pelo mundo, influenciaram a cultura de várias regiões. Uma prova disso é a Espanha, onde a dança cigana deu origem ao flamenco.
Por tradição e costume, em alguns núcleos familiares, casam-se entre os 12 e 15 anos e cabe ao homem trabalhar e arcar com as despesas da casa, sendo a maioria comerciante. Já para a mulher, cabe os cuidados com os filhos e a casa, além das atividades como a cartomancia e a quiromancia. Devem preparar a alimentação descalças, pois o contato com a terra exclui as energias negativas e absorve as positivas. São ainda vaidosas, apreciam cores fortes e usam lenços, brincos grandes e pulseiras, cabelos sempre longos, solto ou com tranças.